"A Queda: As Últimas Horas de Hitler" (2004), dirigido por Oliver Hirschbiegel, é um filme impactante que, para quem ama história, se destaca pela intensidade e precisão com que retrata os dias finais do ditador Adolf Hitler, interpretado brilhantemente por Bruno Ganz. Baseado nos relatos de pessoas que estiveram no bunker de Hitler durante os últimos dias da Segunda Guerra Mundial, o filme oferece uma visão perturbadora e realista da queda do Terceiro Reich. A força do filme reside em sua abordagem clara e direta dos eventos históricos que marcaram o fim da Segunda Guerra Mundial. Hirschbiegel não procura amenizar a realidade brutal do nazismo; ao contrário, ele a apresenta de maneira quase documental, conferindo ao filme um tom de autenticidade e gravidade. A ambientação claustrofóbica do bunker é palpável para o espectador, com os personagens afundando cada vez mais no desespero à medida que o inevitável fim se aproxima. O filme captura o caos e a desordem que tomam conta dos líderes nazistas enquanto o regime desmorona. Quanto à atuação do personagem principal, Bruno Ganz entrega uma performance excepcional como Hitler (inclusive sendo injusta a sua não indicação ao Oscar de Melhor Ator em 2005), conseguindo capturar a complexidade de uma figura que é uma das personalidades mais odiadas da história contemporânea. Entretanto, o filme não se destaca apenas pelo personagem principal. O elenco de apoio oferece atuações sólidas, com Alexandra Maria Lara como a secretária Traudl Junge, uma das testemunhas dos horrores produzidos pelo nazismo, e Ulrich Matthes como Joseph Goebbels, um dos grandes disseminadores da ideologia nazista. É importante frisar que o filme não tenta humanizar os líderes nazistas de maneira simpática, mas sim apresentar suas últimas horas com um olhar imparcial. Essa escolha provoca no espectador uma reflexão sobre a natureza do mal, a responsabilidade e as consequências devastadoras do fanatismo. Por tudo o que foi apresentado, "A Queda: As Últimas Horas de Hitler" pode ser descrito como uma obra cinematográfica marcante e perturbadora, que nos remonta aos últimos acontecimentos de um dos períodos mais sombrios da história. Com performances memoráveis, uma direção habilidosa e um compromisso com a precisão histórica, o filme é uma peça importante de cinema que merece ser vista e discutida, e que poderia ter concorrido ao Oscar de 2005 como Melhor Filme, se fossem adotados os critérios atuais de 10 indicações.