Beekeeper: Rede de Vingança

Beekeeper: Rede de Vingança (2024)

Dirigido por David Ayer


Título original
The Beekeeper
Lançamento
08/01/2024
Gêneros
Ação, Thriller, Drama
Duração
1h 45m
Sinopse
Clay está em busca de vingança e não vai parar até acabar com o sistema criminoso responsável pela morte de sua amiga. O plano brutal de Clay, um ex-agente de uma organização secreta poderosa conhecida como “Beekeepers”, ganha dimensões nacionais envolvendo governos e as instituições mais influentes do mundo. Determinado a fazer justiça com suas próprias mãos, ele está disposto a tudo e não vai poupar ninguém para concluir seu plano.
Elenco
5.0

Publicado em 18 de abril de 2024

Beekeeper: Rede de Vingança

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Antes de iniciar Beekeper: Rede de Vingança, um pensamento intrigante veio à mente: David Ayer ainda é uma das piores figuras de Hollywood? Eu assisto obras roteirizadas e/ou dirigidas pelo cineasta há décadas e posso afirmar com firmeza que tirando o roteiro do ótimo Dia de Treinamento, de 2001, ele só entregou atrocidades. Corações de Ferro ainda pode parecer um acerto (o longa tem os seus problemas ainda), não consigo para passar pano para trabalhos como Esquadrão Suicida, Sabotagem, Marcados para Morrer e Tempos de Violência (um dos piores filmes que já vi). Mas como seus filmes sempre envolvem violência e muita ação (o que não garante uma boa obra, vale ressaltar) e em Beekeper tinha o brucutu Jason Statham como protagonista, achei que deveria dar uma chance. E... quebrei a cara novamente. Minha maior cisma com os trabalhos recentes de Ayer se faz presente nesse filme é sua falta de sutileza no roteiro, que nunca favorece os personagens, sempre mal desenvolvidos. Em Beekeper não é possível se identificar, afeiçoar e se importar com ninguém em cena, seja o protagonista, seus aliados e antagonistas. Tudo é muito corrido e nesse caso não ajuda muito. O projeto tem um sério problema em qual tom quer abordar, ora adotando uma seriedade ora um tom mais leve que não casa bem com o plot, que tinha certo potencial. Um exemplo é a agente do FBI interpretada por Emmy Raver-Lampman, que não passa ao espectador a dor e a revolta de perder a mãe, tamanho o descaso do texto. Os vilões são um desastre. Josh Hutcherson é caricato ao extremo, bem como todos seus capangas. Jeremy Irons faz o que pode e se sobressai (porque é o Irons), sendo de longe a melhor performance do filme, mas é triste ver seu talento nessa tranqueira. No quesito ação, o filme até entrega bons momentos, destacando o final (mas não o salvando, já que a resolução do longa é horrorosa) e um dos trunfos aqui é mais uma vez o “carisma” e fisicalidade de Statham, fazendo o mesmo personagem sisudo e letal pela trigésima vez e ainda conseguindo entregar o que está ao seu alcance. São cenas bem coreografadas e por elas, Beekeper me entreteu. Se antes do filme começar eu fiz aquela pergunta, no fim da sessão só pude me prometer a não procurar ver mais obras de David Ayer, um cineasta e roteirista que só se mantém em evidência porque ironicamente seus filmes rendem bem (como foi o caso desse longa resenhado). Enquanto Statham sempre entrega o mesmo desempenho e segue querido por fãs do gênero, Ayer deveria mudar radicalmente.