Deadpool & Wolverine

Deadpool & Wolverine (2024)

Dirigido por Shawn Levy


Título original
Deadpool & Wolverine
Lançamento
24/07/2024
Gêneros
Ficção científica, Ação, Comédia
Duração
2h 8m
Sinopse
Um apático Wade Wilson trabalha duro na vida civil. Seus dias como mercenário moralmente flexível, Deadpool, ficou para trás. Quando seu planeta enfrenta uma ameaça, Wade deve relutantemente vestir-se novamente com um ainda mais relutante... relutante? Mais relutante? Ele deve convencer um Wolverine relutante em... Porra. As sinopses são tão estúpidas.
Elenco
8.5

Publicado em 26 de julho de 2024

Deadpool & Wolverine

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

Tempo estimado de leitura: 4 minutos

Uma brincadeira recorrente em Deadpool e Wolverine se deve ao fato de que o anti-herói tagarela, interpretado novamente por Ryan Reynolds, se achar o salvador do MCU (ou Jesus Cristo da Marvel). E, vista a enorme quantidade de tropeços que o estúdio vem enfrentando após Vingadores: Ultimato, de 2019, o pensamento de que um filme violento para maiores e, aparentemente, livre do controle criativo da Disney pudesse ser um raio de esperança para os filmes de super-heróis é totalmente compreensível. Felizmente, os fãs podem respirar aliviados, pois, apesar de pontuais deslizes, temos, sim, um bom filme. Tirando o personagem Wolverine e seu intérprete Hugh Jackman da aposentadoria para ajudar Deadpool a salvar a sua realidade de uma eventual aniquilação, o longa é um cômico e sangrento buddy cop que reverencia todo o legado deixado pela Fox para os filmes baseados em quadrinhos, ao mesmo tempo que brinca com a qualidade duvidosa de grande parte dessas obras. Logo numa genial e surtada sequência de créditos iniciais que brinca com o epílogo de Logan, de 2017, já podemos reconhecer que a Disney respeitou e manteve o tom satírico e brutal de outrora. De quebra, temos, entre várias cenas de ação e piadas ácidas, uma enorme quantidade de easter eggs e participações especiais para fazer qualquer fã de cinema e/ou HQs urrar, repetindo a mesma fórmula adotada anteriormente em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa e Doutor Estranho: No Multiverso da Loucura, que novamente encobre alguns problemas no texto da obra. Ainda que os momentos de humor sejam o grande trunfo da franquia (a piada envolvendo Deadpool e seu possível futuro envolvimento com um Vingador é de chorar de rir), o filme apresenta momentos que se estendem mais do que deviam e perdem o timing, assim como ocorreu no fraco Deadpool 2. No quesito ação, o diretor Shawn Levy entrega insanas e sangrentas sequências de lutas, destacando um Wolverine ainda mais selvagem do que visto em Logan e um Deadpool ainda mais louco em suas matanças. São momentos não só bem coreografados como esteticamente belos, criando cenas que arrancam suspiros de qualquer um, nerd ou não, auxiliados por bons efeitos digitais, ainda que a fotografia tente sabotar com tons opacos quando a trama se passa num mundo que emula a franquia Mad Max. Falar da dupla Jackman e Reynolds e dizer que eles nasceram para interpretar a dupla de protagonistas é chover no molhado. Jackman brilha mais uma vez, agora como um Wolverine com um novo drama pessoal e pessimista, enquanto Reynolds, com sua habitual tagarelice, compõe uma excelente performance cômica, talvez a sua melhor no papel do personagem. Ainda que com pouco tempo em tela, a Cassandra Nova de Emma Corrin é um grande acerto por ser simplesmente alguém que só quer o caos e nada mais que isso, e a atriz de The Crown abusa do sarcasmo para dar vida a essa sádica antagonista. Vale destacar também Leslie Uggams reprisando o papel de Al Cega, parceira de apartamento de Deadpool, que tem as melhores tiradas do longa (as piadas envolvendo sua abstinência são hilárias). Uma metralhadora de piadas e referências com uma trilha sonora inusitada e surpreendentemente funcional (“N Sync vai voltar ao topo das paradas após esse filme, acredite), Deadpool e Wolverine pode agradar tanto a geração que acompanhou a explosão dos filmes de heróis baseados em quadrinhos há mais de 20 anos (onde eu me incluo) como também essa leva de fãs do gênero criados a partir do surgimento do MCU. Claro que é um avanço diante do que a Marvel vinha entregando, mas ainda assim não chega perto aos gloriosos dias do estúdio. É, acima de tudo, uma ode ao passado que entrega aquilo que seu público busca: diversão pura.