Como é importante dar uma segunda chance para alguns filmes. Há mais de dez anos assisti pela primeira vez O Enigma do Outro Mundo, filme dirigido por um dos meus diretores favoritos, John Carpenter ( dos excelentes Halloween, Fuga de Nova York e aquele que eu acho um dos seus melhores trabalhos e pretendo resenhar em breve, Eles Vivem) e lembro de ter gostado, mas de não ter encontrado ali uma obra-prima como ela era considerada. Eis que meses atrás resolvi rever o longa e posso afirmar agora que realmente é um grande filme de horror e ficção científica que envelheceu muito bem tecnicamente em todos os aspectos. A direção de arte e a fotografia criam um clima de tensão e claustrofobia que aumenta a paranoia não só entre os personagens como também no espectador. Os efeitos práticos entregam criaturas e cenas horripilantes que convencem mais que trabalhos mais recentes, vide a regular pré-sequência de 2011 e seu CGI fraco. Protagonizado pelo sempre carismático Kurt Russell, parceiro habitual de Carpenter, o filme tem cenas antológicas e que servem como aula de suspense, com grande destaque para o teste à base de fogo para identificar quem foi substituído pelo alien e, claro, o seu final, aberto para várias interpretações e teorias. Decididamente, se firmou no meu top 5 de filmes de horror, acho que nunca sairá e diferente da primeira vez que o assisti, a próxima sessão será mais proveitosa.