O amor muitas vezes tem a capacidade de cegar as pessoas. Por que sofremos tanto por amor? E quando esse sentimento caminha muito perto da obsessão, será que vale a pena continuar sofrendo por alguém que decidiu seguir outro caminho? Talvez o mais importante seja parar de enxergar a vida através dos olhos de outra pessoa e começar a viver através do seu próprio olhar. "Rosas de Sangue" é um filme francês de 1960, dirigido por Roger Vadim e baseado no romance gótico "Carmilla", de 1872, escrito por Sheridan Le Fanu. A forma como o diretor aborda a criatura mítica do vampiro é diferente da linha que os filmes de vampiro vinham seguindo. Vadim decide apostar em um filme psicologicamente mais carregado, fazendo uso de um ambiente mais misterioso. O resultado é um olhar diferente, trazendo o misticismo do vampirismo um pouco mais para perto do que é real. O elenco conta com Annette Stroyberg, casada na época com o diretor, que interpreta Carmilla e é a protagonista do filme. Sua atuação surpreende, pois é notável a transição de momentos que sua personagem sofre ao longo do filme. Mel Ferrer interpreta Leopoldo, o primo de Carmilla, e Elsa Martinelli vive a noiva de Leopoldo, Georgia. A trilha sonora é carregada, com o objetivo de trazer mais peso para o filme. O que de certa forma ocorre, mas que no fim é uma trilha mediana. Sem dúvida, o grande destaque fica para as técnicas que Vadim usa ao longo do filme, principalmente mais próximo do fim. Ao trabalhar com preto e branco e destacar a cor vermelha, de sangue e ao mesmo tempo de paixão, o filme possui alguns momentos que trazem uma certa tensão sexual entre os personagens. Ao mesmo tempo que Vadim procurou trazer um olhar diferente para os vampiros, o filme acaba perdendo um pouco do potencial que constrói no começo justamente por se afastar demais do que uma boa história de criaturas sedentas por sangue possui: vampiros. "Flores sempre murcham nas mãos de um vampiro"