Dirigido por Michael Sarnoski
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Quando o primeiro filme da franquia foi lançado nos cinemas, em 2018, chamou a atenção por ser um filme com uma proposta diferente do que se estava acostumado, e também por não ser um remake ou alguma sequência de outro filme. Um universo novo estava em formação, e o segundo filme consolidou esse universo. Após os dois primeiros filmes, que foram acima da média, a expectativa para um terceiro filme só crescia. No entanto, foi decidido que o terceiro filme, na verdade, não seria uma sequência direta, e sim um prequel que se passaria antes dos primeiros filmes. Mais exatamente, começaria no primeiro dia da invasão alienígena e mostraria os eventos a partir daí. Após Jeff Nichols desistir de dirigir o filme, o inexperiente Michael Sarnoski foi chamado para o seu lugar. Com apenas um longa-metragem na bagagem antes de "Um Lugar Silencioso: Dia Um", Sarnoski estava com um desafio enorme de suprir as expectativas geradas pelos filmes anteriores. O roteiro também é de autoria de Sarnoski, que, apesar de se mostrar mais frágil do que os outros da franquia, consegue entregar uma boa experiência. Porém, o potencial de expansão que o universo tinha não foi bem aproveitado. Muito pelo contrário, a decisão foi de apenas contar outra história a partir do primeiro dia da invasão. Para mostrar os acontecimentos que antecedem os outros filmes, o elenco conta com Lupita Nyong'o (Pantera Negra e Nós) interpretando Samira, uma paciente com câncer terminal que vive num hospício e está completamente sem perspectiva de vida, e Joseph Quinn, que interpreta Eric, um estudante de direito. Os dois personagens têm um bom desenvolvimento e entregam atuações convincentes. É nesses dois personagens que a história se foca e evolui a partir daí. Os acontecimentos da invasão alienígena, as motivações e de onde vieram, são completamente ignorados neste filme, focando 90% da trama nos dois personagens e na evolução do seu relacionamento. O que não é ruim, mas por ser um prequel, a expectativa de agregar mais valor para a franquia era grande, o que não acontece. O filme possui momentos bonitos entre Samira e Eric, mostrando como pequenos gestos que não podem ser tão importantes para uma pessoa fazem parte de uma das lembranças mais importantes que outra pessoa possui. Tudo o que se vive no presente torna-se uma lembrança boa ou ruim no futuro, ou simplesmente não é relevante o suficiente e é apagado completamente da memória para dar espaço a outros momentos mais marcantes na vida de uma pessoa. Esses momentos do filme são tão bons quanto os primeiros, mas o filme acaba se tornando um pouco mais do mesmo, sem conseguir ser marcante dentro daquele universo. Apesar de não conseguir se igualar ao nível dos primeiros filmes, "Um Lugar Silencioso: Dia Um" consegue entregar uma boa experiência e funciona muito bem como um filme isolado, dessa forma é tratado como um spin-off. Embora tenha ligação com os outros filmes, o longa-metragem falha em preparar melhor o caminho para o próximo filme. Sem acrescentar nada relevante para o universo, acaba se tornando dispensável para aqueles que querem acompanhar o desenrolar da história iniciada em 2018.