Um Tira da Pesada 4: Axel Foley

Um Tira da Pesada 4: Axel Foley (2024)

Dirigido por Mark Molloy


Título original
Beverly Hills Cop: Axel F
Lançamento
20/06/2024
Gêneros
Ação, Comédia, Crime
Duração
1h 58m
Sinopse
Quarenta anos depois de seu primeiro caso em Beverly Hills, o policial Axel Foley está de volta para fazer aquilo que ele mais ama: resolver crimes. E causar, óbvio.
Elenco
9.0

Publicado em 17 de julho de 2024

Um Tira da Pesada 4: Axel Foley

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Quando soube que a franquia Um Tira da Pesada finalmente ganharia o tão adiado quarto filme, aproveitei para assistir à trilogia estrelada pelo icônico Eddie Murphy, algo que, inexplicavelmente, eu nunca havia feito. Depois de me divertir com o primeiro filme, com o subestimado segundo, e abominar veementemente a terceira parte lançada em 1994 (sério, é gritante como o filme dirigido por John Landis é ofensivo), pude apreciar bastante Um Tira da Pesada 4: Axel Foley, longa que respeita a essência oitentista que Hollywood ama louvar no cinema atual e que consegue agradar várias gerações. Após uma cômica e destrutiva perseguição policial que remete à primeira cena do longa original de 1984, vemos o detetive Foley (uma excelente performance de Murphy, que parece não ter envelhecido nada em 30 anos) mais uma vez envolvido numa investigação em Beverly Hills, dessa vez envolvendo sua filha advogada (e afastada), vivida por Taylour Paige, e o desaparecimento de seu grande amigo Rosewood (o sumido Judge Reinhold), que pode ter envolvimento de um poderoso policial corrupto. Contando com o reforço do jovem detetive e ex-namorado de sua filha (um também sumido Joseph Gordon-Levitt), Foley mais uma vez usará sua boa lábia e uma dose de maluquice para resolver o caso. De antemão, posso, felizmente, afirmar que este talvez seja o melhor filme de Eddie Murphy que vi desde Meu Nome é Dolemite com folga, e que mostra do astro algo que há muito o público se esqueceu após tantos longas infantis ou bobos dele: sua desenvoltura cômica, algo que nem na fraca sequência de Um Príncipe em Nova York ele conseguiu alcançar. Suas tiradas são funcionais e sua incrível fisicalidade são pontos fortes, e o filme usa isso muito bem. Outro acerto da produção é trazer de volta grande parte do elenco original (com exceção do grande Ronny Cox), como Paul Reiser, John Ashton (ausente no terceiro filme), e até Bronson Pinchot como o sempre marcante Serge, numa das cenas mais bacanas da obra. Com um grande investimento da gigante Netflix, o filme apresenta cenas de ação mais ambiciosas e faz bom uso do habitual estilo visual do serviço de streaming, com cores saturadas, e mantém um ritmo fluido, principalmente se comparado com a atrocidade que foi Um Tira da Pesada III (aliás, me incomodou um pouco a ausência do número quatro em algarismo romano como nos anteriores), mas que se beneficiaria do corte de alguns momentos dispensáveis. A trilha sonora não resgata a icônica música Axel F porque simplesmente ela nunca saiu de moda, mas acrescenta uma interessante atualização dela, conduzindo o espectador numa Beverly Hills igualmente atualizada. Trazendo um Eddie Murphy que, ainda aquém do seu auge cômico, consegue carregar o filme nas costas e sendo, de longe, o melhor filme original da Netflix que vi em muito tempo, Um Tira da Pesada 4: Axel Foley é um acerto entre tantas sequências tardias que o cinema americano nos força a engolir. Respeitou a essência e humor dos originais e, acima de tudo, seus fãs. Fã como eu, que fez bem em maratonar tudo antes de embarcar nesse puro suco dos anos 80 com pitadas dos dias atuais.