Alien: A Ressurreição

Alien: A Ressurreição (1997)

Dirigido por Jean-Pierre Jeunet


Título original
Alien Resurrection
Lançamento
12/11/1997
Gêneros
Ficção científica, Terror, Ação
Duração
1h 49m
Sinopse
Duzentos anos após seu suicídio, Ripley acorda. Cientistas conseguiram tirar a rainha alienígena de seu corpo e criaram alienígenas que escaparam, provocando terror. Eles precisam ser detidos.
Elenco

Avaliação média
6.2
6.2

Publicado em 07 de agosto de 2024

Alien: A Ressurreição

Por Renato FrançaRenato França

Alien: A Ressurreição é o último filme da franquia Alien em sua linha temporal, passando-se cerca de 200 anos após os acontecimentos de Alien 3 (1992). Após isso, o estúdio decidiu investir em filmes de crossover, como "Alien vs. Predador" (2004), que é considerado canônico apenas para a franquia Predador, e o prequel Prometheus (2012), que recebeu uma continuação em 2017 com "Alien: Covenant". A direção conta com Jean-Pierre Jeunet, que na época tinha apenas dois longa-metragens lançados, ambos de pouca expressão. O que Jeunet consegue entregar não vai muito além do que David Fincher fez no filme anterior, que mais uma vez sofreu interferência do estúdio. Responsável pelo roteiro, Joss Whedon havia escrito um terceiro ato que se passaria no planeta Terra, e o clone deveria ser da personagem Newt. No entanto, apesar de ter gostado do roteiro, o estúdio resolveu trazer de volta Ripley por ter um apelo mais comercial para divulgação do filme e cortou o último ato que se passaria na Terra para economizar dinheiro, obrigando Whedon a alterar o roteiro para satisfazer os desejos do estúdio. Embora o roteiro não se apresente tão problemático como o do filme anterior, não consegue se aproximar do que foi feito nos primeiros dois filmes da franquia. Mesmo com problemas de coerência e sem conseguir dar a profundidade necessária aos personagens, Jeunet consegue explorar temas delicados. Entre eles está o debate sobre experimentos com humanos, algo que foi bastante explorado na Segunda Guerra Mundial, com os alemães que realizaram diversas experiências médicas usando os judeus prisioneiros como cobaias. Contudo, o filme se utiliza de clones para realizar esses experimentos, e coincidentemente, no mesmo ano de lançamento do filme, cientistas tornaram público o experimento que marcou a história como o primeiro clone de mamífero: a ovelha Dolly. O elenco, no geral, não entrega nada extraordinário, com personagens genéricos, mas melhor aproveitados por não ter um roteiro tão retalhado como o filme anterior. Entre eles, Call é o personagem mais interessante, interpretado por Winona Ryder, que coloca em questionamento o desejo de uma máquina de ter vida, assim como um humano. Sigourney Weaver interpreta a Ripley mais diferente de todas da franquia, mas ao mesmo tempo a atriz consegue mostrar seu talento ao transparecer para o espectador que aquela não é a Ripley dos filmes anteriores, mas ainda possui semelhanças com o que a personagem foi no passado. Os efeitos visuais são competentes e não têm o problema do filme anterior de quebrar a imersão com um xenomorfo 100% feito com computação gráfica (CGI), embora o filme ainda utilize algumas cenas onde é possível notar que o CGI é utilizado. A ambientação é interessante, resgatando as origens e passando-se praticamente toda no espaço. O sentimento de isolamento é mostrado no filme, mas não é tão bem executado quanto o do primeiro filme de 1979. A trilha sonora ajuda na imersão, mas não é marcante. Apesar de não ter uma cena marcante como o filme anterior, Alien: A Ressurreição é um filme mais coeso e entrega uma experiência melhor, sendo ligeiramente superior do que o filme de 1992, mas ficando bem distante de alcançar a qualidade dos dois primeiros filmes da franquia.