Alien: Romulus

Alien: Romulus (2024)

Dirigido por Fede Álvarez


Título original
Alien: Romulus
Lançamento
13/08/2024
Gêneros
Ficção científica, Terror
Duração
1h 59m
Sinopse
Enquanto vasculham as profundezas de uma estação espacial abandonada, um grupo de jovens colonizadores espaciais se depara com a forma de vida mais aterrorizante do universo.
Elenco

Avaliação média
8.3
8.0

Publicado em 20 de agosto de 2024

Alien: Romulus

Por Rodrigo AlbuquerqueRodrigo Albuquerque

Foram precisos longos anos de espera para finalmente termos um bom filme desta que é uma das maiores franquias de ficção científica, horror e ação de todos os tempos. Após longas de qualidade bastante questionável, este ano foi lançado "Alien: Romulus", desta vez dirigido pelo excelente Fede Alvarez (Evil Dead - 2013). Confesso que não era um dos filmes mais esperados do ano para mim, porém, como gosto bastante dos clássicos de 1979 e 1986 e por também apreciar outros trabalhos do diretor, decidi conferir e tive uma ótima experiência! O longa conta com uma direção muito competente, trazendo elementos de suspense e horror, usando como base o primeiro filme dirigido por Ridley Scott, juntamente com a ação de sua sequência, dirigida por James Cameron. Alvarez entrega uma trama sólida e um roteiro consistente. Com uma fotografia que nos transporta para uma atmosfera extremamente claustrofóbica e ótimos efeitos práticos, sem abusar do CGI, o que é raro em produções recentes, ele consegue com perfeição imprimir sua identidade. O filme conta com ótimas atuações, especialmente da protagonista Rain, interpretada por Cailee Spaeny, e de Andy, interpretado por David Jonsson. Ambos possuem uma boa química em tela, com seus arcos bem desenvolvidos, especialmente o de Rain, embora não se compare a Ripley, personagem da incrível Sigourney Weaver. "Alien: Romulus" marca um retorno triunfante da franquia e consegue muito bem entregar uma boa história de terror e ação, oferecendo, especialmente, uma dose de nostalgia para os fãs da série!

8.5

Publicado em 16 de agosto de 2024

Alien: Romulus

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

Entre várias verdades incontestáveis na história do cinema, uma das mais citadas é que a franquia Alien não apresenta um exemplar decente além das duas obras-primas que são Alien: O Oitavo Passageiro e Aliens: O Resgate. Foram quase quatro décadas de continuações inferiores, sabotadas por produtores (Alien³ e Alien: A Ressurreição) ou por roteiros mais ambiciosos do que o esperado (Prometheus), que nem refletiam o suspense do original de 1979, muito menos a explosiva ação imposta por James Cameron em 1986. Felizmente, e muito tardiamente, fãs de longa data do alienígena mais mortífero e babão do cinema podem respirar aliviados com a inserção de Alien: Romulus ao cânone do universo criado por Ridley Scott, visto que se trata do primeiro grande acerto na série e de um ótimo filme do gênero space horror. E, com total certeza, o responsável por tal feito é Fede Alvarez. Dono de grandes filmes de terror dos últimos tempos, Alvarez conseguiu alcançar o cobiçado título de cineasta que chama atenção para seus filmes só pelo seu nome, visto seu enorme talento para entregar cenas tensas, repletas de gore e sustos cavalares. Não só parecia a escolha certa para comandar um novo Alien, como de fato foi. Tais talentos do cineasta eram elementos que a franquia carecia em suas últimas empreitadas, ainda que alguns filmes tenham acertado em poucos momentos (como a cirurgia bariátrica em Prometheus). A construção do suspense, a atenção aos detalhes de cada cenário e, principalmente, o uso de efeitos práticos eram o necessário para provar que, tal qual O Oitavo Passageiro (e Tubarão, para exemplificar melhor), menos é mais. Muito mais. Ainda que conte com bom trabalho de CGI (exceto por uma cena em particular, envolvendo um grande fan service), os efeitos práticos geram grande realismo e identificação com as origens da franquia, com suas criaturas parecendo mais mortais do que nunca e a apresentação de novos conceitos à mitologia da série, o que rende cenas de se contorcer na cadeira. O visual também honra o trabalho do longa de 1979, com seus computadores e até vestimentas que lembram muito o que Scott apresentou quando a Nostromo se viu invadida por um xenomorfo. Ambientado entre os dois primeiros longas e sem nenhuma necessidade ou obrigatoriedade de assistir ao primeiro filme, Romulus expande o poder da vilanesca Weyland-Yutani, talvez a mais perversa empresa da cultura pop, e sua ilimitada ambição, que explora todos os seus trabalhadores e põe em risco a existência de tudo que vive. Sua ameaça e seus planos trazem boas surpresas para os fãs e mostram que muito ainda está por vir. Os personagens, embora poucos, conseguem ter seus momentos de destaque, mas vale apenas mencionar a protagonista, vivida pela cada vez mais ascendente Cailee Spaeney (de Guerra Civil), que faz uma boa final girl com ecos de Ripley, e o androide vivido por David Jonsson, que entrega, apesar de seu papel, diversas emoções ao longo da projeção e honra o cargo anteriormente ocupado por Ash, Bishop e David. Com um final eletrizante, bons sustos e muita tensão, Alien: Romulus ressuscita uma franquia que clamava por um filme decente há décadas e que só precisava de um retorno às origens. Independentemente do valor nostálgico, não supera os dois primeiros longas, mas usufrui do suspense do primeiro e do frenesi do segundo, resultando no terceiro melhor da franquia, disparado, e deve servir de lição para que produtores respeitem mais os fãs e deixem talentos como Alvarez fazerem o que sabem de melhor. Com isso, fica um questionamento cruel: como seria se tal tratamento fosse dado a David Fincher em Alien³?