Dirigido por Antoine Fuqua
É difícil começar a falar sobre este filme, que dói, incomoda, revolta e desespera, principalmente ao sabermos que retrata fatos reais, e que ocorriam coisas muito piores do que as mostradas nele, provocando uma sensação de descrença na humanidade. A paleta de cores em preto e branco, usada para atenuar o choque visual do sangue em cena, funciona muito bem. A atuação de Will Smith é quase perfeita. Toda a dor que seu personagem sente transparece na tela, assim como sua determinação para retornar à sua família. A cena de luta com o crocodilo é angustiante, e toda a trajetória que culmina com a guerra é comovente. Até que ponto um ser humano é capaz de suportar para sobreviver? A foto tirada quando ele chega ao exército é chocante, e ver a foto real ao fim do filme é devastador. Por fim, este será meu primeiro autêntico 10.
O filme mais votado desta semana foi 'Emancipation: Uma História de Liberdade', dirigido por Antoine Fuqua. A obra nos apresenta uma história inspirada em eventos reais, estrelada por Will Smith no papel de Peter, um haitiano escravizado que luta pela sua família e pelo seu direito à liberdade. A trama aborda temas históricos significativos, como a emancipação dos escravizados durante um período inicial de libertação, expondo toda a brutalidade da era da escravidão. Por vezes, o filme parece lento, passando a impressão de ser mais extenso do que realmente é, apesar de ter uma duração de 2 horas e 12 minutos. Acredito que poderia ser mais conciso, com a supressão de algumas cenas que parecem desnecessárias. Contudo, é importante ressaltar as cenas de batalha, que são muito bem executadas, e a atuação de Will Smith é inquestionável. De fato, o desempenho de todo o elenco é notável. Em suma, 'Emancipation' é um filme de qualidade mediana, porém relevante para o cinema devido à importância histórica do tema que aborda.
Assistir a filmes sobre escravidão nunca é fácil, e "Emancipation" não é exceção. Passei o filme inteiro na expectativa, meio tenso, acompanhando a luta dessas pessoas querendo ser livres. E que alívio foi ver o Peter, que o Will Smith interpretou de um jeito incrível, finalmente encontrar sua família. Livre, dessa vez. Will Smith arrasou como Peter. Dava para ver que ele não estava só atuando, ele estava vivendo o papel mesmo. É só prestar atenção no jeito que ele fala, cada olhar e cada palavra dele mostravam que ele tava dando tudo de si. E o Ben Foster, como o Jim, fez a gente pegar raiva dele mesmo, o que mostra o quanto ele mandou bem também. No final das contas, "Emancipation" é daqueles filmes que fica com a gente. Faz a gente torcer, se preocupar e, no fim, sentir uma alegria danada quando as coisas dão certo.
Emancipation: Uma História de Liberdade' é o filme que marca o retorno de Will Smith após o episódio lamentável no Oscar. Sua atuação é boa e harmoniza com a narrativa do roteiro. Trata-se de uma trama densa, inspirada em fatos reais, sobre um período sombrio na história dos EUA, durante a Guerra Civil. Fiquei confuso com o filtro de cor utilizado, que remete ao preto e branco, mas não é. Acredito que o diretor de fotografia optou por trabalhar os contrastes de maneira gradativa, conforme o enredo se desenvolvia, talvez para não tornar o filme mais pesado do que já é. Foi um aspecto que inicialmente não me agradou, dando a impressão de que o filme estava estagnado nos primeiros minutos, mas, com o passar do tempo, as cores emergem sutilmente e pude perceber que elas surgem justamente para simbolizar a 'emancipação' do protagonista. É um filme intenso, que em certos momentos me causou arrepios, mas em outros, muitos eventos aconteciam simultaneamente e de forma acelerada, o que pode confundir o espectador. Não o considero uma obra-prima, mas é um filme que vale a pena assistir, principalmente pela performance de Will Smith, que às vezes, sem dizer uma palavra, consegue transmitir todo o sofrimento apenas com o olhar.
Durante a projeção de 'Emancipation', não conseguia tirar da cabeça o pensamento de que a escolha de um diretor mais competente faria uma diferença significativa. Antoine Fuqua é o que eu costumo chamar de 'diretor de aluguel', um cineasta sem um estilo visual ou narrativo definido que apenas cumpre o que é pedido, sem entregar algo marcante (em mais de 20 anos de carreira, só considero 'Dia de Treinamento' um acerto). O filme com Will Smith, que está muito bem aqui, assim como Ben Foster, que sempre se destaca, carece de uma edição mais refinada e contemplativa — as câmeras lentas e tomadas aéreas não me proporcionaram nenhuma imersão — e sua fotografia é inconsistente. O filtro acinzentado poderia ter sido evitado ou substituído por preto e branco, o que seria mais estético, mas ainda assim o filme não convenceria com seu roteiro arrastado e pretensioso. As perseguições e batalhas proporcionam bons momentos pontuais, mas é um filme que tenta ser mais do que é, focando mais na estética do que no conteúdo.