Dirigido por Carl Theodor Dreyer
"O Vampiro" é um filme alemão (Vampyr - Der Traum des Allan Gray) lançado em 1932 com direção de Carl Theodor Dreyer, com roteiro do próprio diretor em conjunto com Christen Jul based. Os roteiristas buscaram inspiração em uma coleção de histórias sobrenaturais do autor J. Sheridan Le Fanu. Durante o processo de planejamento do filme, Dreyer conheceu Nicolas de Gunzburg, um aristocrata que propôs financiar a produção do filme e em troca atuaria no papel principal. Nicolas optou por utilizar o pseudônimo Julian West e foi creditado no filme com esse nome, no qual atuou como Allan Gray. O Vampiro foi o primeiro filme falado de Dreyer, o que explica o fato da trilha sonora não ser algo que chame atenção no filme. Porém, as técnicas de sobreposição de imagens e a utilização de sombras como elementos narrativos, chamam bastante atenção para um filme da sua época. O objetivo do diretor era transmitir uma sensação de pesadelo, visto que originalmente o título do filme em tradução literal é: Vampiro - O Sonho de Allan Gray. Assim como Nicolas, a maioria dos outros atores não eram profissionais da área. Tendo a maioria deles atuado apenas nesse filme. Portanto, atores mesmo eram Maurice Schutz que atuou como o senhor da propriedade rural e Sybille Schmitz que viveu o papel de uma das filhas do senhor. O personagem principal, Allan Gray, era um jovem interessado em ocultismo que conhece o senhor da propriedade rural e o segue até sua casa, imergindo nos mistérios que a propriedade do senhor fazia parte. O filme teve uma recepção negativa na sua estreia, sendo considerado na época como um dos pontos mais baixos da carreira do diretor. No entanto, o filme passou a ser mais apreciado nos dias atuais, tanto pelos efeitos cinematográficos que Dreyer conseguiu realizar quanto pela atmosfera de terror e mistério que o filme transmite. Mexer com o sobrenatural é considerado um feito apenas para os corajosos, ou para as pessoas sem noção? Porém, o mais interessante do filme é que o protagonista se propõe a desvendar mistérios, movido pela sua curiosidade, mas também encontra espaço para ajudar as pessoas, se colocando em situações muitas vezes inusitadas. Por fim, o filme algumas vezes se torna confuso, mas os efeitos presentes no longa acabam ajudando a melhorar a experiência, tendo um desfecho que não chega a ser ruim. O Vampiro tinha todos os ingredientes necessários para ser um total fracasso: atores que não eram atores, problemas financeiros e a estréia do diretor a frente de um filme falado. Entretanto, Dreyer consegue entregar um filme mediano.