Oppenheimer

Oppenheimer (2023)

Dirigido por Christopher Nolan


Título original
Oppenheimer
Lançamento
19/07/2023
Gêneros
Drama, História
Duração
3h 1m
Sinopse
A história do físico americano J. Robert Oppenheimer, seu papel no Projeto Manhattan e no desenvolvimento da bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial, e o quanto isso mudaria a história do mundo para sempre.
Elenco

Avaliação média
9.2
9.2

Publicado em 11 de fevereiro de 2024

Oppenheimer

Por Renato FrançaRenato França

Baseado no livro biográfico, American Prometheus, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin, "Oppenheimer" é um filme americano dirigido e roteirizado por Christopher Nolan, lançado em 2023. Conta a história de J. Robert Oppenheimer, interpretado por Cillian Murphy, que teve papel fundamental no Projeto Manhattan e na criação da bomba atômica. Emily Blunt vive o papel da sua esposa, Kitty Oppenheimer; Matt Damon interpreta um oficial do exército dos Estados Unidos, Leslie Groves e Robert Downey Jr. está no papel de um oficial do governo americano, Lewis Strauss. Visualmente o filme chama bastante atenção, pela competência da produção na fotografia e efeitos sonoros, resultando em 13 indicações ao Oscar 2024. Vale salientar que o teste nuclear conhecido como Trinity, primeira detonação nuclear registrada na história da humanidade, é representada no filme com efeitos práticos através da detonação de uma bomba real, sem o uso de computação gráfica. O que por si só já chama atenção pelos cuidados que o filme teve na hora de capturar determinados eventos que ocorrem ao longo do filme. Mas não é só de efeitos práticos que o filme faz uso para elevar seu nível, Nolan opta por colocar determinados trechos do filme em preto e branco, na intenção de diferenciar os acontecimentos históricos que ocorreram na audiência contra Oppenheimer após a detonação das bombas atômicas. Deixando toda a parte colorida para mostrar os acontecimentos na perspectiva do personagem principal. As atuações do filme são marcantes, e todas as possíveis indicações ao Oscar nessa categoria foram indicadas: Cillian Murphy para melhor ator, Emily Blunt como melhor atriz coadjuvante e Robert Downey Jr. como melhor ator coadjuvante. Todas as indicações foram merecidas, com Murphy provavelmente no melhor papel da sua carreira, demonstrando toda a profundidade do seu personagem no filme, com seus conflitos internos referentes às suas ações que foram determinantes para a morte de cerca de 140 mil japoneses em Hiroshima e por volta 70 mil em Nagasaki. Assim como Murphy, Blunt entrega uma performance deslumbrante, principalmente em uma cena na qual Kitty está bastante nervosa, transmitindo toda essa emoção para o espectador de forma excepcional. O elenco sem dúvidas é estelar, com performance muito acima da média. Quem também está bem acima dessa média é Downey Jr. ao interpretar o polêmico Strauss. Vale um adendo para a maquiagem e o figurino, que utiliza técnicas de envelhecimento em determinados personagens. Tanto a atuação de Downey Jr. quanto a maquiagem do seu personagem estão impecáveis, ele consegue fazer com que o espectador sinta diversas emoções referentes à Strauss, desde serenidade até raiva. Mostrando inclusive traços narcisista que a princípio vão se tornando mais evidentes à medida que a história é contada. Por mim, pode-se destacar a atuação de Damon, que apesar de não ter tanto tempo de tela quanto o ator principal e seu coadjuvante, entrega a atuação necessária para manter o nível do filme elevado, ao viver um general do exército americano. O filme levanta questionamentos morais e éticos sobre um dos eventos mais marcantes da história da humanidade. A morte em massa de pessoas, que em sua grande maioria não tinham nada a ver com guerra, é uma mancha na história do ser humano. Embora há quem defenda que o uso da bomba atômica foi positivo, evitando mortes de centenas de americanos, todos sabiam que era só questão de tempo até o Japão se render. O que torna a detonação das bombas desnecessárias e vai contra a narrativa americana de que a Segunda Guerra Mundial acabou graças à bomba atômica. Oppenheimer é uma jornada impactante através da história, questionando os limites éticos da humanidade.