Sexta-Feira 13

Sexta-Feira 13 (1980)

Dirigido por Sean S. Cunningham


Título original
Friday the 13th
Lançamento
09/05/1980
Gênero
Terror
Duração
1h 30m
Sinopse
O Acampamento Crystal Lake será reaberto. Monitores ansiosos, seus olhos brilhando com nobres ideais, e seus hormônios à flor da pele, estão prontos para liderar as canções e brincadeiras dos hóspedes. Mas há um jogo que não constava na lista de atividades. Alguém resolveu brincar de "Mate o Monitor".
Elenco

Avaliação média
8.0
8.0

Publicado em 13 de setembro de 2024

Sexta-Feira 13

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

Uma coisa interessante sobre a franquia Sexta-Feira 13, minha favorita no gênero terror, é que eu, como muitas pessoas, imagino, não acompanhei os filmes em ordem cronológica. Comecei a assistir aos filmes do assassino Jason Voorhees na saudosa TV Terror e alugando alguns em VHS, aproveitando todos, inclusive os mais fracos, como a Parte 5 e 8. Ironicamente, só consegui assistir a Sexta-Feira 13, o primeiro longa, lançado em 1980, nos anos 2010, ou seja, depois de ter visto os outros dez filmes da franquia, incluindo o remake de 2009. E, como eu imaginava, me deparei com um grande slasher que ditou regras e segue como um clássico modesto. Mesmo sabendo praticamente tudo do filme graças às recapitulações nas Partes 2 e 3, me diverti e até fiquei um pouco tenso com o que foi apresentado pelo diretor Sean S. Cunningham e pelo roteirista Victor Miller, que tentaram, e de certa forma conseguiram, surfar no sucesso absurdo de Halloween, de 1978. Mesmo com o longa de Carpenter, juntamente com outras obras como O Massacre da Serra Elétrica e Psicose, apresentando algumas regras do slasher ao público, foi em Sexta-Feira 13 que tudo se ampliou e solidificou, moldando todos os longas de terror da década de 80 até sua exaustão nos 90 e revigoramento com Pânico. Temos o Crystal Lake sendo reaberto, jovens arquétipos com os hormônios à flor da pele, mortos um por um por um misterioso assassino, aos moldes dos melhores enredos de Agatha Christie. E para quem não conhece a reviravolta do longa (que não vou contar, mas que é bem efetiva, rivalizando com o surreal e chocante desfecho do divertido Acampamento Sinistro), temos um bom suspense que, embora navegue em algumas cenas, cumpre bem seu dever. A ambientação conta com uma fotografia bastante eficiente e uma trilha sonora inquietante, que se tornou uma das mais icônicas do gênero, junto com a de Halloween e a de Psicose, que claramente inspirou o compositor Harry Manfredini. E o longa ainda é agraciado com a sempre estilosa e grotesca maquiagem do gênio Tom Savini (quando lembro que esse monstro não tem um Oscar sequer, isso me revolta muito), que entrega boas mortes e um visual icônico para o jovem Jason, gerando um dos maiores sustos do cinema. O elenco é até carismático, trazendo inclusive um jovem Kevin Bacon. A final girl vivida por Adrienne King (que se viu perseguida por um stalker após o sucesso desse filme e resolveu se afastar do protagonismo na segunda parte, se limitando à cena de introdução). Mas o grande destaque é Betsy Palmer, indicada ao Framboesa de Ouro e que só aceitou seu papel nesse filme para comprar um carro, roubando a cena em um papel que exala psicopatia e que rende um final frenético. Ficando em 2º lugar no meu ranking, perdendo para a Parte 2, Sexta-Feira 13 é um dos filmes de terror mais importantes dos anos 80, independente de sua qualidade, já que não agradou a todos. Feito de modo quase marginal, é um filme que cumpriu com o básico e moldou o gênero como um estilo que até hoje é imitado. Não é uma obra-prima, mas com certeza é um clássico.