Dirigido por Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett
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Filmes de terror vampirescos sempre me entretiveram, mesmo que dificilmente me assuste com algum exemplar. E como hoje eu não consigo encontrar obras boas do gênero (o último bacana que vi foi Céu Vermelho-Sangue), vi em Abigail uma chance de me divertir bastante. Talvez pelo maior atrativo do longa: a direção da dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillet, que vem ganhando destaque no cenário do horror graças aos dois últimos Pânico e o ótimo Casamento Sangrento. Porém, ainda que eu tenha algumas ressalvas com os dois filmes do Ghostface, afirmo, tristemente, que Abigail é o filme mais irregular dos cineastas. A trama apresenta criminosos que se envolvem no sequestro de uma bailarina de doze anos, filha de um influente homem do submundo. Enquanto aguardam o pagamento do resgate, eles precisam observar a criança por uma noite em uma mansão isolada. No entanto, não demora muito para que a noite seja longa e sangrenta, cortesia da criança, que é muito mais do que aparenta. De antemão, vale esse conselho: para que Abigail possa extrair um pouco do espectador, é indicado que este não veja o trailer, que entrega mais do que deveria. Sendo assim, pode-se aproveitar um pouco da premissa bacana, mas não original, que o filme propõe. E olhe que o começo do longa cumpre bem o seu papel, situando bem os personagens, sem perder tempo. A personagem que dá nome ao título já é apresentada logo de cara e é interpretada pela talentosa Alisha Weir, que convence tanto como garotinha indefesa quanto como vampira voltada para a geração TikTok com suas danças à la M3GAN. Carismáticos, Melissa Barrera (que trabalhou com os cineastas em Pânico), Dan Stevens e Kevin Durand entregam desempenhos que divertem o público e fazem o que podem com o roteiro que pouco inova no gênero e derrapa em clichês logo no início do segundo ato, que, embora conte com boas cenas cômicas e sangrentas, pouco assustam. Ironicamente, o terceiro ato até tenta fugir do esperado em filmes slashers (que, no final, é o que Abigail acaba sendo), mas acaba mirando num desfecho que mais parece filme de super-heróis, destoando de tudo que vinha sendo mostrado. Com um bom elenco, maquiagem e uma direção segura, mas pouco ousada, Abigail pode até divertir com uma trama promissora, mas peca pela falta de ousadia e originalidade que o tema vampiresco precisa. Fica só a sensação de que algo já foi visto melhor executado em outras várias obras.