Abigail

Abigail (2024)

Dirigido por Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett


Título original
Abigail
Lançamento
16/04/2024
Gêneros
Terror, Thriller, Comédia
Duração
1h 53m
Sinopse
Depois de um grupo de aspirantes a criminosos raptar a filha bailarina de 12 anos de uma poderosa figura do submundo, tudo o que têm de fazer para receber um resgate de 50 milhões de dólares é vigiar a rapariga durante a noite. Numa mansão isolada, os captores começam a diminuir, um a um, e descobrem, para seu horror crescente, que estão trancados lá dentro com uma menina nada normal.
Elenco

Avaliação média
6.5
7.0

Publicado em 12 de julho de 2024

Abigail

Por Renato FrançaRenato França

O sequestro infantil pode parecer algo incomum, mas infelizmente não é. Cerca de 40 mil crianças são sequestradas por ano no Brasil. Entre as motivações para esse número alto de desaparecimentos de menores de idade, estão o trabalho escravo, a prostituição infantil, a adoção ilegal e até mesmo o tráfico de órgãos. O rapto é um dos temas que o filme aborda. A princípio, com uma maior seriedade, mas ao longo do filme, vai ficando menos sério e abraçando a fantasia de uma vez por todas. "Abigail" é dirigido pela dupla Tyler Gillett e Matt Bettinelli-Olpin e foi lançado em 2024. Os dois costumam trabalhar juntos em filmes de terror, com uma vasta lista de filmes em colaboração, entre eles "Pânico" (2022) e "Pânico VI" (2023). Com roteiro de Guy Busick, também acostumado a trabalhar com a dupla, e Stephen Shields. O plano inicial do filme era ser uma reimaginação de "A Filha de Drácula", um filme de 1936, e que teria o mesmo nome. Mas, devido a uma pesquisa de popularidade e a constatação de que o filme de 1936 não era muito conhecido, decidiram mudar o nome para "Abigail". O roteiro é interessante, com algumas reviravoltas e várias cenas de suspense. Além disso, o filme não tem vergonha de mostrar violência, muito menos de parecer cafona em algumas cenas. Isso talvez desagrade quem espera algo com um tom mais sério. Ou seja, o filme diverte e utiliza muito bem o ambiente sombrio criado ao longo de várias décadas através de diversos filmes de Drácula. Embora o filme não confirme diretamente que Drácula existe em seu universo, é impossível não fazer comparações de que o pai de Abigail é o Conde Drácula. O elenco conta com Alisha Weir interpretando Abigail; Melissa Barrera dá vida a Joey, e está muito bem no papel de uma pessoa arrependida; Dan Stevens interpreta Frank, um detetive calculista e ameaçador; William Catlett vive Rickles, um atirador de elite com um perfil mais reservado; Kathryn Newton dá vida a Sammy, a nerd do grupo; Kevin Durand interpreta Peter, o típico mafioso musculoso; Angus Cloud interpreta Dean, que foi seu último personagem antes de falecer em 2023; e, para fechar, o filme também conta com a participação de Giancarlo Esposito, que interpreta Lambert, personagem muito mal aproveitado ao longo do filme. Simplesmente vazio, com praticamente nenhum desenvolvimento. Totalmente descartável. O filme não faria diferença sem ele. Com boas atuações, um roteiro interessante com boas ideias, e algumas cenas cafonas que podem desagradar o espectador, "Abigail" é um filme divertido que tem potencial para cair no gosto principalmente de quem não estiver esperando um filme mais sério. A fotografia é regular, os efeitos especiais são legais e a trilha sonora marca presença já no começo do filme. Embora não seja nada extraordinário, a trilha sonora cumpre seu papel e deixa o filme mais imersivo nas horas que precisa. "Crianças podem ser verdadeiros monstros"

6.0

Publicado em 14 de julho de 2024

Abigail

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

Filmes de terror vampirescos sempre me entretiveram, mesmo que dificilmente me assuste com algum exemplar. E como hoje eu não consigo encontrar obras boas do gênero (o último bacana que vi foi Céu Vermelho-Sangue), vi em Abigail uma chance de me divertir bastante. Talvez pelo maior atrativo do longa: a direção da dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillet, que vem ganhando destaque no cenário do horror graças aos dois últimos Pânico e o ótimo Casamento Sangrento. Porém, ainda que eu tenha algumas ressalvas com os dois filmes do Ghostface, afirmo, tristemente, que Abigail é o filme mais irregular dos cineastas. A trama apresenta criminosos que se envolvem no sequestro de uma bailarina de doze anos, filha de um influente homem do submundo. Enquanto aguardam o pagamento do resgate, eles precisam observar a criança por uma noite em uma mansão isolada. No entanto, não demora muito para que a noite seja longa e sangrenta, cortesia da criança, que é muito mais do que aparenta. De antemão, vale esse conselho: para que Abigail possa extrair um pouco do espectador, é indicado que este não veja o trailer, que entrega mais do que deveria. Sendo assim, pode-se aproveitar um pouco da premissa bacana, mas não original, que o filme propõe. E olhe que o começo do longa cumpre bem o seu papel, situando bem os personagens, sem perder tempo. A personagem que dá nome ao título já é apresentada logo de cara e é interpretada pela talentosa Alisha Weir, que convence tanto como garotinha indefesa quanto como vampira voltada para a geração TikTok com suas danças à la M3GAN. Carismáticos, Melissa Barrera (que trabalhou com os cineastas em Pânico), Dan Stevens e Kevin Durand entregam desempenhos que divertem o público e fazem o que podem com o roteiro que pouco inova no gênero e derrapa em clichês logo no início do segundo ato, que, embora conte com boas cenas cômicas e sangrentas, pouco assustam. Ironicamente, o terceiro ato até tenta fugir do esperado em filmes slashers (que, no final, é o que Abigail acaba sendo), mas acaba mirando num desfecho que mais parece filme de super-heróis, destoando de tudo que vinha sendo mostrado. Com um bom elenco, maquiagem e uma direção segura, mas pouco ousada, Abigail pode até divertir com uma trama promissora, mas peca pela falta de ousadia e originalidade que o tema vampiresco precisa. Fica só a sensação de que algo já foi visto melhor executado em outras várias obras.