As Boas Maneiras

As Boas Maneiras (2017)

Dirigido por Marco Dutra, Juliana Rojas


Título original
As Boas Maneiras
Lançamento
04/08/2017
Gêneros
Fantasia, Terror, Música, Drama
Duração
2h 15m
Sinopse
Clara, enfermeira solitária da periferia de São Paulo, é contratada pela rica e misteriosa Ana como babá de seu futuro filho. Uma noite de lua cheia muda para sempre a vida das duas mulheres.
Elenco
8.0

Publicado em 16 de março de 2024

As Boas Maneiras

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Apesar do cinema nacional contar com vários filmes de terror desconhecidos do grande público, já que se resumem mais a projetos lançados para um nicho pequeno ou para festivais fantásticos mundo afora, é possível encontrar alguns poucos exemplares que se destacaram nos últimos tempos. Um deles foi o premiado "As Boas Maneiras", projeto feito em parceria com Portugal que se destacou com sua premissa rara para o cinema brasileiro. O filme tem uma primeira metade que envolve bem o espectador em mistérios, seja em torno do relacionamento das protagonistas ou sobre o segredo da gravidez da personagem de Marjorie Estiano. É um suspense envolvente e convidativo que conta com a ajuda de uma boa fotografia. Na segunda metade, praticamente temos uma guinada radical na narrativa, partindo de um filme de suspense para um drama com toque de horror fantasioso (auxiliado por bons efeitos digitais). Falar sobre essa reviravolta e o que ela envolve tiraria a surpresa, mas é uma abordagem honesta de um personagem folclórico. Isabél Zuaa vive a personagem principal e sua interpretação é excelente. Ela consegue interpretar duas personagens distintas praticamente e se sai bem. Sua desconfiança, pavor e dor são bem representados. Estiano, apesar de sair de cena mais cedo, deixa sua marca no longa com um desempenho humano e com uma melancolia ímpar. Ainda que derrape no terceiro ato para soluções questionáveis e o ritmo se arraste (acho imperdoável uma hora de horror ser tão longa), "As Boas Maneiras" apresenta uma frescura no horror nacional e prova que temos mais coisas a oferecer do que obras do saudoso Zé do Caixão.