As Boas Maneiras

As Boas Maneiras (2017)

Dirigido por Marco Dutra, Juliana Rojas


Título original
As Boas Maneiras
Lançamento
04/08/2017
Gêneros
Fantasia, Terror, Música, Drama
Duração
2h 15m
Sinopse
Clara, enfermeira solitária da periferia de São Paulo, é contratada pela rica e misteriosa Ana como babá de seu futuro filho. Uma noite de lua cheia muda para sempre a vida das duas mulheres.
Elenco

Avaliação média
6.8
6.0

Publicado em 10 de março de 2024

As Boas Maneiras

Por Pedro TenórioPedro Tenório

"As Boas Maneiras", filme nacional dirigido pela dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, chama a atenção logo de cara pelo roteiro ousado, tenta furar a bolha de filmes brasileiros que tendem sempre a ser os mesmos temas cotidianos. Na primeira parte, temos Marjorie Estiano no papel de Ana e Isabél Zuaa com excelente atuação no papel de Clara contratada para ser babá, nessa primeira metade fica grande parte em mistério para saber o motivo de Ana não ter contato com amigos e parentes, com o passar da trama se sabe que foi um filho fora do relacionamento, daí o nome do filme, ela foge às “boas maneiras” e é julgada por isso, com o passar do tempo cria um relacionamento amoroso com Clara que já havia notado comportamento estranho inclusive lhe causando ferimentos durante a madrugada em um sonambulismo ou transe. A partir do nascimento grotesco da criança, entramos na segunda parte da história, com a morte bizarra de Ana, Clara resolve adotar a criança e tentar ter uma vida normal, ela adapta a casa às necessidades peculiares e tenta viver. Apesar da ótima tentativa de partir para um cinema pouco visto em filmes nacionais, o filme peca um pouco no tempo dando muita tela para cenas sem importância e deixando claro a falha de roteiro na parte final, com algumas cenas de musical sem nenhuma explicação, levando em conta o baixo investimento que é o cinema nacional, a parte gráfica até surpreende um pouco, algumas bem feitas e outras bem bizarras, deixando um final a desejar na tentativa de ter uma continuação posteriormente.

6.0

Publicado em 10 de março de 2024

As Boas Maneiras

Por Raphael DomingosRaphael Domingos

O filme da semana é de temática nacional e temos "As Boas Maneiras", dirigido por Marcos Dutra e Juliana Rojas. Além disso, é estrelado por Isabél Zuaa e conta com a participação de Marjorie Estiano. A película apresenta um viés bastante diferente e aborda um gênero incomum para o cinema nacional: suspense/terror. Essa abordagem mais sombria é um aspecto que o cinema brasileiro deveria valorizar mais. O enredo se desenrola em uma cidade onde Clara (Isabél Zuaa) se dirige para uma entrevista de emprego como babá e conhece Ana (Marjorie Estiano), uma mulher solitária que está grávida e guarda um segredo misterioso. O roteiro apresenta algumas falhas que o espectador irá perceber facilmente. O filme é excelente até sua metade; no entanto, poderia ter sido encurtado, tornando a segunda parte de sua história um pouco desnecessária. Os efeitos visuais são um tanto peculiares. Em certos momentos, o público pode considerar o filme bem realizado, enquanto em outros é possível notar e imaginar que os efeitos são totalmente amadores. No entanto, este é um problema que afeta o cinema nacional como um todo: a questão dos efeitos visuais. Por fim, é um filme que apresenta uma ideia e uma abordagem fantásticas e, por que não dizer, inovadoras para o cinema nacional no gênero suspense. No entanto, peca no roteiro em muitos momentos e os efeitos visuais carecem de qualidade.

7.0

Publicado em 10 de março de 2024

As Boas Maneiras

Por Renato FrançaRenato França

"As Boas Maneiras" é um filme brasileiro lançado em 2017, com direção e roteiro de Juliana Rojas e Marco Dutra. O elenco conta com Marjorie Estiano, que interpreta Ana; Isabél Zuaa que vive Clara; Miguel Lobo interpreta o jovem Joel; e Cida Moreira é responsável pelo papel da Dona Amélia. O cinema nacional não tem muito destaque em filmes do gênero terror, então é sempre muito bem-vindo trabalhos que fujam um pouco dos gêneros que dominam o cinema brasileiro, como o drama e a comédia. Os diretores já haviam trabalhado juntos em outro longa-metragem de terror, lançado em 2011, e fazem parte do movimento chamado Novíssimo Cinema Brasileiro. São diretores que surgiram no início do século XXI que vêm contribuindo para a renovação do cinema brasileiro. Talvez o maior problema do roteiro seja no desenvolvimento dos personagens. Quem ajuda a criar um laço com Ana, por exemplo, é a boa atuação de Marjorie, pois o roteiro peca em dar profundidade para sua personagem. Isabél não entrega uma boa atuação na primeira metade do filme, mas acaba melhorando da metade pro fim. O jovem Miguel parece ser uma jovem promessa para o cinema brasileiro, não brilha tanto quanto Estiano, mas entrega uma boa atuação. A cinematografia do filme é competente, e os efeitos especiais surpreendem pela qualidade acima da média nacional. Por ser um trabalho audacioso, fica um certo receio do que esperar das partes que dependem necessariamente de bons efeitos especiais, mas o resultado final é extremamente positivo e eleva o nível do longa. Além disso, há referências a filmes como "Alien", de Ridley Scott, e "Deixa Ela Entrar", que possui vários filmes baseados no romance de Stephen King. Um bom filme, com algumas decisões questionáveis, mas que, no geral, consegue criar tensão e prender quem assiste.

7.0

Publicado em 16 de março de 2024

As Boas Maneiras

Por Rodrigo AlbuquerqueRodrigo Albuquerque

"As Boas Maneiras", filme brasileiro de 2017 dirigido pela dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, é uma obra singular que combina elementos de fantasia, suspense, horror e drama social. A trama gira em torno de Ana, interpretada pela atriz Marjorie Estiano, uma mulher grávida que vive sozinha em São Paulo e contrata Clara, vivida por Isabél Zuaa, uma jovem imigrante portuguesa, como babá. O filme se divide em duas partes distintas. Na primeira, acompanhamos a relação entre Ana e Clara, marcada por uma crescente tensão sexual e um clima de suspense. A gravidez de Ana torna-se um mistério, com pistas sutis sugerindo que algo sobrenatural está acontecendo. Já na segunda parte, o foco volta-se para o filho de Ana, Joel, bem interpretado pelo ator mirim Miguel Lobo, um menino com habilidades especiais. O filme explora temas como maternidade, identidade, diferença e o papel da mulher na sociedade, tudo isso em um contexto de fantasia e horror. "As Boas Maneiras" é um filme tecnicamente razoável, pois o CGI incomoda bastante por não ter uma boa qualidade, porém os efeitos práticos são relativamente bons. A duração do longa também poderia ser diminuída na edição, pois suas 2h10 tornam o filme muito longo e, muitas vezes, cansativo. Já a direção de Rojas e Dutra é segura. A fotografia convence em simbolismos e a trilha sonora é bem melancólica. Já as atuações de Marjorie Estiano e Isabél Zuaa são boas, transmitindo a complexa relação entre seus personagens. O filme tem uma certa originalidade, mesclando gêneros de forma criativa e subvertendo expectativas. A crítica social presente na trama é sutil, mas eficaz, fazendo do filme uma obra que instiga a reflexão. Outro ponto negativo é a mudança de tom abrupta entre as duas partes do filme, o que o torna confuso. O ritmo lento da narrativa também pode não agradar, como já citei anteriormente. Por não se encaixar em categorias tradicionais, "As Boas Maneiras" é uma obra complexa, com simbolismo e significado, que certamente dividirá opiniões. No entanto, sua originalidade, qualidade técnica razoável e relevância temática, principalmente por abordar alguns temas que são raros no cinema nacional, principalmente o horror, que mesmo com alguns problemas, vale a pena assistir.

8.0

Publicado em 16 de março de 2024

As Boas Maneiras

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

Apesar do cinema nacional contar com vários filmes de terror desconhecidos do grande público, já que se resumem mais a projetos lançados para um nicho pequeno ou para festivais fantásticos mundo afora, é possível encontrar alguns poucos exemplares que se destacaram nos últimos tempos. Um deles foi o premiado "As Boas Maneiras", projeto feito em parceria com Portugal que se destacou com sua premissa rara para o cinema brasileiro. O filme tem uma primeira metade que envolve bem o espectador em mistérios, seja em torno do relacionamento das protagonistas ou sobre o segredo da gravidez da personagem de Marjorie Estiano. É um suspense envolvente e convidativo que conta com a ajuda de uma boa fotografia. Na segunda metade, praticamente temos uma guinada radical na narrativa, partindo de um filme de suspense para um drama com toque de horror fantasioso (auxiliado por bons efeitos digitais). Falar sobre essa reviravolta e o que ela envolve tiraria a surpresa, mas é uma abordagem honesta de um personagem folclórico. Isabél Zuaa vive a personagem principal e sua interpretação é excelente. Ela consegue interpretar duas personagens distintas praticamente e se sai bem. Sua desconfiança, pavor e dor são bem representados. Estiano, apesar de sair de cena mais cedo, deixa sua marca no longa com um desempenho humano e com uma melancolia ímpar. Ainda que derrape no terceiro ato para soluções questionáveis e o ritmo se arraste (acho imperdoável uma hora de horror ser tão longa), "As Boas Maneiras" apresenta uma frescura no horror nacional e prova que temos mais coisas a oferecer do que obras do saudoso Zé do Caixão.