Dirigido por Clint Eastwood
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De longe (e põe longe nisso), o gênero de romance não é o meu favorito. Sou defensor de clichês em filmes quando bem utilizados, mas os filmes de romance sempre abusaram deles, projetando no público situações quase surreais de como seria um relacionamento. Por isso, meus filmes favoritos do gênero englobam as dificuldades reais que existem numa relação, como a falta de reciprocidade (em "O Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças") ou como a distância pode ser um empecilho (na Trilogia "Antes"). O estupendo "As Pontes de Madison" aborda como a comodidade de uma vida familiar já estabelecida pode impedir que um grande e verdadeiro amor seja vivenciado. A relação dos protagonistas é amor em sua essência, real e puro, mas que bate de frente com a realidade de Francesca e sua dedicação pela família. É um filme forte sobre sacrifícios e as consequências que mudam uma vida para sempre. Trata-se de uma virada na carreira de Clint Eastwood como cineasta e ator, por se tratar de um projeto sensível, e ele arrasa nos dois campos, bem como Streep, numa atuação que deveria ter ganho o Oscar naquele ano (ainda que eu adore a performance vencedora de Susan Sarandon em "Os Últimos Passos de um Homem"). A cena de despedida dos dois na chuva, momento crucial na vida de ambos, é primorosa, e a dor é absorvida pelo espectador (é a minha cena triste favorita do cinema e sempre me arranca lágrimas e soluços). Meu filme favorito de Eastwood (junto com "Os Imperdoáveis") e de Streep como atriz, bem como um clássico do romance no cinema.