Sempre ouvi falar, mas era um filme que nunca tinha tido a oportunidade de assistir. O casal de protagonistas por si só já é um belo cartão de visitas, incontestável. Meryl Streep e Clint Eastwood têm uma química incrível. O começo do filme é bastante lento e monótono, muito falado, e não me agradou muito, mas valeu a pena esperar, pois na metade engrena bem e me deixou bastante curioso. Não sei se a história me convenceu o bastante da avassaladora vontade da personagem de Streep em trair o marido, pois desde o primeiro segundo em que Eastwood aparece em tela, ela logo se encanta. Pessoalmente falando, foi um filme muito confuso de sensações, pois, no meu caráter, traição é algo imperdoável. Isso atrapalhou bastante meu entendimento para torcer pelo casal, pois a todo momento me parecia algo totalmente errado, apesar de ser um lindo amor de almas gêmeas que se conheceram no tempo e momento errados. Apesar do comovente fim, isso não mudou minha avaliação do filme.

O filme desta semana é um romance, intitulado 'As Pontes de Madison', dirigido por Clint Eastwood. Com toques dramáticos, o filme narra a história de uma dona de casa casada, com dois filhos, que conhece um fotógrafo realizando um trabalho em sua cidade. A partir daí, durante quatro dias, os dois desenvolvem um romance intenso. Analisando o filme, o ritmo é muito lento, chegando a dar sono. Em minha opinião, não vi química no casal, pois considero que traição é algo muito absurdo, embora os atores Clint Eastwood e Meryl Streep dispensam comentários. De todo modo, é um filme que não assistiria de novo, monótono, que foge completamente das características dos filmes realizados por Clint Eastwood.

O filme "As Pontes de Madison" é verdadeiramente cativante desde o início, onde somos imediatamente atraídos para tentar desvendar como a história se desenrolará. Meryl Streep está excepcional em seu papel, transmitindo uma sensação palpável de desconforto, característica de alguém que está tentando compreender os eventos que se desdobram ao seu redor. Sua atuação é profundamente imersiva, permitindo que ela se funda completamente com sua personagem. Clint Eastwood, por sua vez, mantém um desempenho notável, acompanhando o nível de excelência estabelecido por Streep, embora seja ela quem brilha intensamente no filme. A dinâmica entre Streep e Eastwood é um dos pontos altos da obra. Eles compartilham uma química incrível, tornando suas interações tanto críveis quanto envolventes. A narrativa, que à primeira vista pode parecer centrada em uma história de traição, na verdade se aprofunda muito mais, explorando a complexidade inerente à natureza humana. O filme ilustra com habilidade como cada escolha que fazemos nos leva a deixar de lado várias outras possibilidades, traçando um retrato emocionante das consequências e dos dilemas morais enfrentados pelos personagens. O final do filme é particularmente impactante, deixando uma impressão duradoura no espectador. Não se trata apenas de um desfecho para a história, mas de uma reflexão emocional sobre o amor, a perda e as escolhas difíceis que definem nossas vidas. "As Pontes de Madison" é, portanto, uma obra que vai além de uma simples narrativa de amor proibido; é uma exploração profunda e sensível dos sentimentos humanos mais complexos e das escolhas difíceis que moldam nosso destino.

Romance não é um gênero que costumo assistir, mas alguns filmes têm o seu valor para mim. Não havia assistido ainda a 'As Pontes de Madison' e, por ser uma bonita história de amor, comovente e cativante, entrou na minha não tão grande lista de filmes favoritos de romance. Uma história emocionante de um breve romance que aconteceu tarde demais. As atuações são muito boas, principalmente a de Clint Eastwood, que, até então, eu não tinha visto em filmes deste gênero, e a atuação da Rainha, Meryl Streep, não fica para trás de forma alguma. A química dos dois é incrível, nos fazendo emocionar em vários momentos da trama, e em momento algum achei cansativo. Vale a pena assistir, sem preconceito por ser antigo, pois aqueceu meu coração e tenho certeza de que irá aquecer o de quem assistir.

De longe (e põe longe nisso), o gênero de romance não é o meu favorito. Sou defensor de clichês em filmes quando bem utilizados, mas os filmes de romance sempre abusaram deles, projetando no público situações quase surreais de como seria um relacionamento. Por isso, meus filmes favoritos do gênero englobam as dificuldades reais que existem numa relação, como a falta de reciprocidade (em "O Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças") ou como a distância pode ser um empecilho (na Trilogia "Antes"). O estupendo "As Pontes de Madison" aborda como a comodidade de uma vida familiar já estabelecida pode impedir que um grande e verdadeiro amor seja vivenciado. A relação dos protagonistas é amor em sua essência, real e puro, mas que bate de frente com a realidade de Francesca e sua dedicação pela família. É um filme forte sobre sacrifícios e as consequências que mudam uma vida para sempre. Trata-se de uma virada na carreira de Clint Eastwood como cineasta e ator, por se tratar de um projeto sensível, e ele arrasa nos dois campos, bem como Streep, numa atuação que deveria ter ganho o Oscar naquele ano (ainda que eu adore a performance vencedora de Susan Sarandon em "Os Últimos Passos de um Homem"). A cena de despedida dos dois na chuva, momento crucial na vida de ambos, é primorosa, e a dor é absorvida pelo espectador (é a minha cena triste favorita do cinema e sempre me arranca lágrimas e soluços). Meu filme favorito de Eastwood (junto com "Os Imperdoáveis") e de Streep como atriz, bem como um clássico do romance no cinema.