Ex_Machina: Instinto Artificial

Ex_Machina: Instinto Artificial (2015)

Dirigido por Alex Garland


Título original
Ex Machina
Lançamento
21/01/2015
Gêneros
Drama, Ficção científica
Duração
1h 48m
Sinopse
Um jovem programador chamado Caleb ganha um concurso e recebe a oportunidade de testar uma inteligência artificial criada por Nathan, um brilhante e recluso bilionário. Mas conforme os testes progridem, Caleb descobre que essa inteligência artificial é tão sofisticada e imprevisível que ele não sabe mais em quem confiar.
Elenco
10.0

Publicado em 24 de julho de 2024

Ex_Machina: Instinto Artificial

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Quando assisti Extermínio na minha adolescência, fiquei fascinado não só com o incrível visual e o ritmo frenético criado pelo grande Danny Boyle, mas também com a abordagem que o texto de Alex Garland usou para provar que a humanidade não era muito diferente dos zumbis raivosos do longa. O estudo da sociologia em filmes de ficção científica ou terror sempre me chamou atenção, e sempre vi em Garland um grande talento, comprovado em intrigantes obras como Dredd (já resenhado aqui), Não Me Abandone Jamais e no recente Guerra Civil, que talvez tenha em Ex Machina: Instinto Artificial o seu maior acerto. Através de uma fotografia linda e um design de produção que representa um futuro próximo bastante crível, Garland transporta o público para uma trama intrigante sobre o uso e evolução da inteligência artificial e como isso implica na sociedade. É um debate esmiuçado nos personagens Caleb (Domhnall Gleeson), um programador escolhido para um projeto do CEO de sua empresa, o genial e conturbado Nathan (o ótimo Oscar Isaac), onde Caleb testará a andróide Eva (a vencedora do Oscar Alicia Vikander, numa atuação contida, mas excelente) e analisará se ela pode ou não se passar por um ser humano. Com um ritmo lento, mas longe de ser entediante, Ex Machina é um perfeito espelho de como a inteligência artificial e a falta de sociabilidade de uma geração cada vez mais entrosada com a tecnologia podem representar uma (possível) ameaça, algo que a sensual e controladora Eva, dona de um nome propositalmente escolhido, representa para o introvertido Caleb. O longa ainda conta com um estupendo e oscarizado trabalho de efeitos digitais que faz com que o espectador acredite que Eva realmente exista. Ex Machina é a prova do talento de Alex Garland. Um escritor e cineasta (que já anunciou sua aposentadoria nesse cargo, infelizmente), Garland é um grande artista e contador de histórias reflexivas. É uma obra que, mesmo sob algumas camadas, expõe a substituição de talentos e, acima de tudo, interações sociais pelo uso da IA.