Dirigido por Christopher Nolan
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O uso da ficção científica para abordar a natureza humana é um grande atrativo do gênero, e o tema “de onde viemos e para onde iremos” é sempre interessante. Talvez por isso 2001: Uma Odisseia no Espaço, obra de Stanley Kubrick que mudou o cinema ao explorar a aurora do homem até seu destino final e influenciou seguidores, seja uma referência. Não faltaram cineastas e filmes que dialogaram com o tema, mas talvez aquele que chegou mais perto foi o cultuado e, assim como Kubrick, perfeccionista Christopher Nolan com seu aclamado Interestelar, de 2014. Apesar de alguns problemas, o longa é um grande trunfo do gênero nos últimos anos. Todos os traços de Nolan, como sua abordagem detalhada e lenta, estão presentes e são um acerto. O diretor, que também é roteirista, consegue tornar a física e o conceito de tempo e espaço acessíveis ao misturá-los com um drama humano iminente. Embora peque com sua habitual didática, que já afetou outros longas dele, como A Origem e a trilogia Batman, e seus diálogos expositivos, o saldo é positivo. Os efeitos visuais, premiados com um Oscar, surpreendem pelo uso de efeitos práticos em cenários e adereços, entregando cenas e ambientes deslumbrantes, com destaque para a impactante viagem de Cooper aos confins do universo, momento que ecoa o final do longa de Kubrick. A trilha sonora do mestre Hans Zimmer guia as emoções do espectador, começando tímida e elevando tudo a décima potência (injusto não ter levado o Oscar naquele ano).