Mamonas Assassinas: O Filme

Mamonas Assassinas: O Filme (2023)

Dirigido por Edson Spinello


Título original
Mamonas Assassinas: O Filme
Lançamento
28/12/2023
Gêneros
Comédia, Música
Duração
1h 36m
Sinopse
Estamos em Guarulhos na década de 90. Dinho, Sérgio, Samuel, Julio e Bento são garotos típicos da época com pouco dinheiro e muitos sonhos. Eles nem imaginam que o humor debochado e inteligente, tão característico do grupo de amigos, irá mudar suas vidas para sempre. De algumas tentativas fracassadas ao sucesso absoluto, em pouco tempo, eles se tornaram o maior fenômeno musical brasileiro da década: os Mamonas Assassinas.
Elenco
1.0

Publicado em 24 de fevereiro de 2024

Mamonas Assassinas: O Filme

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Rocketman. Dois filhos de Francisco. Cazuza: o Tempo não Para. Bohemian Rhapsody. Todas cinebiografias de bandas e artistas que possuem seus erros e acertos tanto como adaptações como fidelidade aos fatos. São filmes que independente do estilo e da direção, tem sua cartilha. E se há alguém que poderia ser beneficiado por essa cartilha seriam os saudosos meninos do Mamonas Assassinas, que até hoje contam com uma vasta legião de fãs apesar da breve carreira, marcada por uma triste tragédia, mas sempre lembrada por uma mistura de talento, carisma e ousadia. Dito isso, chega a ser frustrante esperar décadas por uma homenagem nas telonas e receber o desastroso Mamonas Assassinas: O filme. É preciso ter em mente que, por questões de direitos de imagens, muito material e arquivos foram deixados de lado, mas o longa ainda poderia entregar algo memorável se deixasse o espectador respirar, já que o maior atentado da obra é a pior edição vista no cinema nacional nos últimos tempos. Com 1h30, é compreensível que muita coisa precisava ser deixada de lado, mas o que foi utilizado e montado não traz uma boa fluidez, além de dar importância a coisas que nada acrescentam, como alguns relacionamento dos integrantes com suas companheiras, com destaque para o bobo triângulo amoroso entre os irmãos Sérgio e Samuel e uma tiete (a pior personagem e interpretação da película). Pelo contrário, já que o caos narrativo se faz presente. Em questão de segundos, uma fita demo dos artistas é entregue a um produtor, que entrega seu filho e que já dá um feedback, e em nenhum momento soa bem feito. O uso de elipses aqui incomoda, omitindo momentos importantes como o desenvolvimento de músicas (de uma hora para a outra o Mamonas muda de uma banda subversiva e já entrega um robocop Gay), bem como o sucesso deles em outras mídias. O longa peca como comédia (até o público que adora comédias globais devem dar um sorriso amarelo aqui ou ali) e como drama, apesar de alcançar alguns picos emocionantes quando Ruy Brissac consegue retratar momentos de Dinho em shows, como seu antológico discurso de perseverança. E o elenco, com exceção de Brissac, que além muito parecido com o vocalista cumpre bem seu papel, é péssimo, tanto os outros integrantes da banda, como os péssimos coadjuvantes (o ator que interpreta o produtor musical parece estar atuando em uma temporada de Malhação dos anos 90) e, principalmente, figurantes que não conseguem convencer nem como fãs e público em shows (mais focados no grupo), prejudicado por um roteiro dono de diálogos constrangedores. Porcamente editado, pessimamente fotografado (a iluminação não ajuda em nada) e um texto mal escrito e interpretado, Mamonas Assassinas: O Filme é um desserviço à icônica banda, que perde uma chance de ter sua grandeza e importância devidamente retratada. A nostalgia está lá, mas não é o suficiente (e nem deve ser) para salvar essa atrocidade visual e narrativa.