Há filmes que simplesmente nunca assisti por preguiça e/ou desinteresse. E um deles era "Mar de Fogo". Há 20 anos lembro de ter visto um pôster dele nos cinemas e ter pensado na hora: eis um filme que não faço questão de ver. Agora, assistido, afirmo que foi até uma escolha melhor, pois trouxe uma sessão ao estilo matinê que há muito tempo não assistia nos filmes atuais. Ainda que o início do filme conte com uma belíssima fotografia, demorou um pouco para a trama me cativar, mas com a mudança de cenário e entrada em cena do icônico Omar Sharif (ótimo aqui), o longa decola. Viggo Mortensen hoje em dia pode sempre ser associado a dramas mais sérios, mas em 2004 ele ainda estava atrelado a filmes de ação e aventura, como "Daylight" e a trilogia "O Senhor dos Anéis", mas em "Mar de Fogo" ele tira de letra o papel de um aventureiro. Sua índole correta e toda a triste história de seu passado, bem como o relacionamento difícil com seu cavalo Hidalgo, despertam a simpatia no espectador. São uma dupla que protagoniza cenas empolgantes de ação, sejam nas corridas ou nos embates contra saqueadores do deserto. Um dos motivos do longa ser um destaque no gênero de aventura é ter o grande Joe Johnston no comando. Sendo ele responsável por obras como "Jumanji", "Rocketeer", "Jurassic Park 3", "Capitão América" e tendo recebido um Oscar pelos efeitos especiais por "Os Caçadores da Arca Perdida", Johnston pareceu (e foi) um acerto, entregando humor, ação e drama em doses iguais. Numa época em que filmes de aventura pecam pelo excesso, ver um filme antigo pela primeira vez e ter uma experiência agradável como eu tive com "Mar de Fogo" é sempre bem-vinda.