Dirigido por James Cameron
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Quando eu era criança no início dos anos 90, fui apresentado a vários clássicos do cinema por um tio, que além de alugar vários filmes todo sábado para vermos, sempre gravava bons filmes em VHS. Eram filmes gravados que eu via e revia dezenas de vezes, sendo o mais assistido o estupendo "O Exterminador do Futuro 2" (gravado em um "Domingo Maior", com dublagem original e seguido de um polêmico "Instinto Selvagem"), de James Cameron, filme que ocupa meu TOP 5 de melhores filmes de todos os tempos e é uma referência tanto para a ficção científica quanto para a ação. Cameron já tinha dado uma amostra de que uma continuação pode se equiparar ao original com o frenético "Aliens: O Resgate" (1986), mas com T2 ele mostrou que ela pode até superar. Com efeitos que usam o que melhor havia de CGI no início dos anos 90 e que envelheceram muito bem, além de efeitos práticos e uma maquiagem impecável (e premiada, cortesia do mestre e saudoso Stan Winston) e com cenas de ação impressionantes, o longa é um grande exemplo de como os recursos técnicos devem servir à narrativa e ao roteiro, algo que não acontece nos blockbusters vazios que recebemos nos cinemas atualmente. O diretor se preocupa mais em entregar tensão e perigo, se saindo nessa missão. Todo o martírio do trio de protagonistas é gritante e a ameaça imposta pelo T-1000 (brilhantemente interpretado pelo subestimado Robert Patrick) é sufocante. Sua derrota traz um alívio para mim sempre que assisto. Falando do elenco, temos uma Linda Hamilton entregando uma performance diferente da sua em 1984. Sua Sarah Connor é mais tática e durona que a frágil mocinha do original e Hamilton, com um físico invejável, engole as cenas em atuação, sendo considerada uma das maiores heroínas do gênero. Também apresentando uma mudança graças a uma virada genial do roteiro, Arnold Schwarzenegger agora é um dos mocinhos e mais uma vez suas limitações dramáticas casam bem com o robô futurista, mas dessa vez ele pôde explorar mais seus dons humorísticos. Fechando o trio, há o talentoso Edward Furlong, uma promessa em Hollywood que infelizmente não vingou (apesar de fazer bons trabalhos, como no visceral "A Outra História Americana", também presente no meu TOP 5), mas que aqui é a representação do jovem rebelde cool. Eu amo "O Silêncio dos Inocentes", mas T2 deveria ser lembrado como o melhor filme de 1991, tanto no Oscar, de onde saiu com 4 estatuetas (e deveria ter sido mais, uma vez que merecia o prêmio pela sua fotografia), quanto em outras premiações. Com a forte mensagem de que o nosso destino pode nos pertencer se lutarmos, T2 é uma obra-prima e quem discorda, sinto muito, mas você precisa ser avaliado(a). É a prova de que há boas sequências superiores ao original e que filmes de ação podem ser mais do que explosões e tiros. Atemporal.