Dirigido por Peter Cattaneo
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A cerimônia do Oscar de 1998 contava com ótimos filmes na categoria principal, tendo como destaques os clássicos Titanic e Los Angeles: Cidade Proibida. Mas esnobar o magnífico Boogie Nights: Prazer sem Limites para dar uma vaga para Ou Tudo ou Nada até hoje é considerado um erro gritante. O motivo da sua escolha poderia ser a cota de filmes britânicos que a academia sempre cedia naquele período ou o filme de Peter Cattaneo tem seus méritos? Ainda que o humor seja subjetivo, o longa não consegue tirar mais que sorrisos rasos do espectador, mas ainda é um filme que traz uma satisfação no final, pois as personagens conseguem ter nossa torcida pelo sucesso da empreitada. A trama aborda vários temas de forma fluída, como crise de meia idade, o papel do homem na família, sexualidade, depressão e, acima de tudo, renovação e libertação. Havia espaço para uma abordagem mais escrachada? Absolutamente, e também renderia um bom resultado. Mas o filme carrega um drama que chega ser mais convidativo e que passa uma mensagem bacana. O elenco é um grande certo. Robert Carlyle sempre interpretou malucos ou cafajestes em sua carreira e seu Gaz tem um pouco dos dois, trazendo um interessante conflito sobre como ser homem. Mark Addy, o Robert Baratheon de GoT, traz uma atuação contida, mas que diz muito sobre a vaidade masculina e como isso afeta uma relação. O ótimo e recém falecido Tom Wilkinson talvez seja o destaque. A cena onde desaba ao perder uma vaga de emprego e conta que sua esposa está gastando mais do que possui resume perfeitamente a situação que os homens vivem naquela cidade. Ou Tudo ou Nada pode não ser um longa que arrancará gargalhadas em muitas pessoas, mas que trará alegria, satisfação e identificação com uma realidade que certamente não difere em nada de quem assiste.