Dirigido por Richard Curtis
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Já disse anteriormente na análise de As Pontes de Madison que romance não é meu gênero cinematográfico favorito, talvez pelo excesso de clichês e pela distância da representação do que significa romance para mim, mesmo em obras renomadas. Como o filme de Clint Eastwood foge um pouco do padrão com uma abordagem incomum, ele conta com a minha admiração, algo que não tive com o insípido Questão de Tempo. De antemão, posso afirmar que o filme acerta na premissa e, ainda mais, no humor, cortesia das expressões faciais do sempre carismático Domhnall Gleeson e das situações em que ele se envolve. As peripécias que seu personagem enfrenta e faz uso de seus dons rendem bons momentos cômicos, até mesmo em situações sérias, e o longa perde muito quando o tom muda na metade da projeção. Apesar do elenco ser composto por excelentes artistas, o ritmo pesa bastante, com um terceiro ato deveras arrastado. Imaginei pelo menos uns três finais durante a sessão, e o filme não acabava. A mensagem sobre aproveitar o tempo e como certas coisas são inevitáveis é válida, mas para mim o filme fica bastante meloso. Embora certas situações que não condizem com a realidade (não falo dos dons de Tim, mas sim dos relacionamentos e personalidades dos personagens) combinem com o tom do filme, achei-as contrastantes. O filme, que me prendeu no primeiro ato, perdeu meu interesse do meio para o fim, o que é triste. Antes de ver Questão de Tempo, eu imaginava que a premissa seria mais básica, com Tim usando seus poderes para conquistar Mary e arcando com as consequências disso, mas obtive algo mais original e, ironicamente, entediante. Desta vez, preferiria o clichê.