"Resistência" é um filme americano dirigido por Gareth Edwards, lançado em 2023 e com nome original "The Creator". A adaptação do título original para o português acaba entrando para a longa lista de filmes onde o título original é melhor e faz mais sentido do que o título adaptado para o português. O filme se passa entre um período de tensão entre os androides e os humanos. Joshua, interpretado por John David Washington, é um agente em uma missão especial para matar "O Criador". Apesar de atores bem gabaritados, como Allison Janney que interpreta Colonel Howell e Ken Watanabe, como Harun, o destaque fica mesmo para a pequena Madeleine Yuna Voyles que no filme interpreta Alphie. A inteligência artificial, hoje, está mais evidente do que nunca no dia a dia das pessoas com o surgimento de soluções que conseguem resolver problemas de forma mais eficiente do que no passado. No filme, a inteligência artificial é retratada bem mais evoluída, assumindo funções humanas nas mais diversas áreas, como por exemplo a de policial. Alguns questionamentos dessa relação entre ser humano e inteligência artificial são levantados no filme, e algumas decisões de roteiro acabam gerando mais questionamentos. Se há um conflito no qual o resultado é o confronto entre inteligência artificial e seres humanos, houve falha humana em não prevenir isso? Ou teve essa falha ou a humanidade deixou de criar prevenções de segurança contra essa escalada. O filme perdeu a chance de trabalhar melhor esse conflito e dar mais profundidade a algo que vem se tornando, cada vez mais, uma preocupação nos dias de hoje. Por outro lado, mesmo que abordado de forma mais sutil, tem-se uma reflexão sobre até que ponto a inteligência artificial é comparável com um ser humano. Não no aspecto de semelhança física, mas num aspecto mais filosófico de assuntos entre a vida e a morte. Assuntos esses que até hoje são questionados e continuam sem respostas: de onde viemos e para onde vamos? "Resistência" é um filme interessante, que levanta questionamentos pertinentes, mas que no fim não consegue aproveitar todo o potencial que tem ao não aprofundar em assuntos mais delicados dessa relação entre humano e androide.