Saltburn

Saltburn (2023)

Dirigido por Emerald Fennell


Título original
Saltburn
Lançamento
16/11/2023
Gêneros
Drama, Comédia, Thriller
Duração
2h 7m
Sinopse
Uma história perversa sobre privilégio e desejo. Lutando para encontrar seu lugar na Faculdade de Oxford, o aluno Oliver Quick é atraído para o mundo do encantador e aristocrata Felix Catton, que o convida para Saltburn, a enorme mansão de sua família excêntrica, para passar um verão inesquecível.
Elenco
7.0

Publicado em 11 de fevereiro de 2024

Saltburn

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Ego e pretensão não são ingredientes legais de se combinar ao realizar um filme ambicioso que mira em várias direções e gêneros, pois corre o risco de não alcançar bons resultados em nenhum deles. A cineasta, atriz e roteirista britânica Emerald Fennell pelo visto pode ter se aproveitado dos dois itens citados, talvez resultados do hype e prestígio de seu longa anterior, Bela Vingança (que está longe e ser ruim, mas considero superestimado), pois o seu Saltburn é um turbilhão de sensações. Tecnicamente, o longa é um espetáculo. A fotografia cria uma atmosfera fantasmagórica, soturna, quase como um filme de terror e perfeita para a analogia vampírica do protagonista. O trabalho de edição talvez seja a grande aliada do filme, freando um pouco a falta de sutileza da realizadora. Fennel entrega um roteiro que dialoga explicitamente sobre a futilidade dos poderosos e seu isolamento da realidade, e desliza quando tenta ser ousado, quando na verdade é um conjunto de cenas também ousadas, ou aparentemente. Tudo que parece chocante e escatológico no longa está ali só por isso mesmo, pois não parece passar nada além disso. Se ela usasse a sugestão ao invés do explícito, vide a cena da banheira ou do sexo oral sangrento, Saltburn teria mais atenção do espectador. O elenco é sensacional, encabeçado pelo atual Coringa e indicado ao Oscar Barry Keoghan, que passa um ar de ameaça e inocência no mesmo nível, ainda ganhando pontos pela ousadia em cenas de nudez. Os sempre ótimos Richard E. Grant (de Loki) e Rosamund Pike estão excelentes como um casal de ricos excêntricos, com destaque para a atriz e seus comentários ácidos. Mas é Jacob Elordi que surge como uma grata surpresa, sendo talvez a personagem mais centrada do longa. Sendo uma comédia que arranca poucos sorrisos, um suspense previsível e um drama que não convence, resta a Saltburn o título de longa sensorial e crítico, resultado de uma realizadora que causou um impacto pelos motivos errados.