Scarface

Scarface (1983)

Dirigido por Brian De Palma


Título original
Scarface
Lançamento
09/12/1983
Gêneros
Crime, Ação, Drama
Duração
2h 46m
Sinopse
Tony Montana e seu grande amigo Manny constroem um poderoso império de drogas em Miami. No entanto, à medida que seu poder aumenta, também cresce seu ego, seus inimigos e sua própria paranoia começam a assombrar seu império.
Elenco
10.0

Publicado em 10 de fevereiro de 2024

Scarface

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Temos aqui uma das maiores obras cinematográficas quando o assunto é ambição. Scarface é um ótimo exemplo de como representar o auge e a queda de um personagem, passando por clichês de modo eficiente e ainda apresentando um dos maiores ícones da sétima arte. O longa de 1983 fazia parte da minha lista da vergonha, pois o tinha adiado várias vezes, mas sinto que foi algo benéfico para a minha apreciação. Cada cena de Scarface me trazia uma sensação que há muito tempo não sentia em ver filmes, a de estar vendo cenas importantes para o cinema. "Os olhos, Chico... os olhos nunca mentem", "Diga olá para a minha amiguinha", o tiroteio final e a infame cena da motosserra já eram conhecidas por mim, mas foi incrível ver tudo em conjunto. O mestre De Palma sabe conduzir tudo com excelência, nos colocando de fato naquela Miami regada a sangue, drogas e sexo. Assim como em seu trabalho em Carrie, A Estranha, O Pagamento Final e Os Intocáveis (com a tensa cena na escadaria), o cineasta, conhecido por emular Hitchcock em suas obras, constrói momentos de tensão com maestria (a bomba embaixo do carro) e ainda apresenta tomadas estilosas e bem fotografadas, como o take que vai do banheiro onde a motosserra proporciona um banho de sangue até a calçada de Miami ou quando Tony admira o dirigível com o lema que marcou sua ascensão. O elenco é um primor. Michelle Pfeiffer, em uma contida, mas ótima performance, apresenta uma personagem com mais camadas que aparenta e é um deleite seus momentos com Pacino. Robert Loggia também merece destaque, principalmente na cena onde implora por sua vida. Vale destacar o desempenho de Steven Bauer, que parece ser apenas um bonitão sem conteúdo, mas seu Manny cresce muito na trama e culmina numa apoteótica tragédia. Mas o filme é erroneamente esnobado no Oscar Al Pacino, que devora o filme, vociferando em todas as cenas como um tigre que deseja dominar não a selva, mas o mundo que Montana acredita merecer. Junto a sua atuação em Um Dia de Cão, essa talvez seja a minha favorita do eterno Michael Corleone. Scarface é um remake esplendoroso, épico, bem escrito, polêmico e, principalmente, à frente de seu tempo. O desdém que obteve em seu lançamento durou pouco, ao contrário do culto e adoração que recebe até hoje. A ambição dos desenvolvedores com certeza levou Scarface até onde Tony Montana sempre quis: ao topo.