Sexta-Feira 13

Sexta-Feira 13 (2009)

Dirigido por Marcus Nispel


Título original
Friday the 13th
Lançamento
11/02/2009
Gêneros
Terror, Thriller
Duração
1h 37m
Sinopse
Em Crystal Lake, o que começou como o melhor fim semana de suas vidas rapidamente poderia se tornar o último. Um grupo de adolescentes, a quilômetros de distância da civilização estão prestes a descobrir, um a um, que o lago tem um sangrento passado... e está pronto para vingança.
Elenco

Avaliação média
6.4
4.8

Publicado em 03 de agosto de 2024

Sexta-Feira 13

Por Renato FrançaRenato França

Inicialmente pensado para ser uma história de origem, o filme acabou se tornando um remake dos quatro primeiros filmes da franquia. Porém, teve a liberdade de ambientar a história nos anos 2000. Os roteiristas Mark Swift e Damian Shannon optaram por não investir muito tempo contando a infância de Jason, pois acreditaram que dessa forma iriam deixar o personagem menos misterioso. E o diretor Marcus Nispel, que também foi responsável pelo remake de "O Massacre da Serra Elétrica" (2003), foi obrigado a adaptar algumas mortes e, principalmente, o final do filme devido a problemas de orçamento. Nispel presta uma homenagem aos primeiros filmes da franquia, mas acaba se esquecendo de entregar uma história mais original e menos escorada no legado dos filmes de Sexta-Feira 13. Além disso, as motivações de Jason para determinadas ações parecem não se encaixar com o perfil assassino do personagem, parecendo mero capricho do roteiro para fazer com que a história evolua. Dessa forma, enfraquecendo a trama e, consequentemente, não contribuindo para o tom misterioso que os roteiristas se propuseram. Como se não bastasse, o filme é repleto de cenas de sexo e, entre elas, o filme é contemplado com uma das cenas mais toscas envolvendo Trent (Travis Van Winkle) e Bree (Julianna Guill). É o tipo de cena que não precisa nem ser descrita, pois qualquer espectador com o mínimo de senso crítico vai concordar que seria até benéfico para o filme se ela fosse removida da versão final. O elenco do filme não é dos melhores. Jared Padalecki está regular no papel de Clay, assim como Danielle Panabaker, que interpreta Jenna. Clay está à procura da irmã desaparecida, que convenientemente a polícia alega não poder mais ajudar nas buscas, e Jenna é a namorada de Trent, que se compadece com a procura de Clay pela irmã e tenta ajudá-lo. No entanto, o desenvolvimento dos personagens é ruim, e todo o resto do elenco entrega performances abaixo da média. Talvez, se Nispel tivesse se rendido à proposta inicial do filme de ser voltado para um filme de origem, o resultado final tivesse sido melhor. Porém, Jason, no geral, ficou bem caracterizado e, embora o roteiro não o ajude no decorrer do filme, o personagem é bem aproveitado em alguns momentos. Não é por ser um filme slasher e ter Jason matando aleatoriamente as pessoas que o exime de ter um roteiro minimamente decente, que siga uma linha de raciocínio e faça sentido como um todo. Uma morte ou outra, mesmo que bem filmada, não transforma um filme ruim em um filme bom. O maior problema do remake de 2009 é justamente o fato de justificar o desenvolvimento da história através das mortes e escorar toda a história nisso, ao invés do caminho contrário de usar as mortes como elemento narrativo que traga mais peso e valor para a história.

8.0

Publicado em 03 de agosto de 2024

Sexta-Feira 13

Por Vandeson NunesVandeson Nunes

A franquia Sexta-Feira 13 talvez seja a minha favorita do gênero horror, mesmo com algumas atrocidades cometidas contra o icônico Jason Voorhees ao longo de dez filmes até o início do século XXI. Seja nas incontáveis reprises desses filmes na saudosa (pelo menos para mim) TV Terror, na Rede TV, ou as várias vezes que os aluguei (Sexta-Feira 13: Parte 7 - A Matança Continua era um VHS que eu mais pegava), eu sempre me divertia com aquelas obras que ditaram regras fundamentais do slasher. Por isso, quando um remake foi anunciado, numa época em que clássicos estavam ganhando novas repaginações, me empolguei bastante e não deixei de conferir no cinema. E, surpreendentemente, Sexta-Feira 13 de 2009 é um longa muito divertido. O início da obra é interessante, encenando o final do longa original de 1980 com a brutal morte de Pamela Voorhees e se estendendo por um falso prólogo de quase 20 minutos com uma turma de jovens procurando uma plantação de maconha num sinistro Crystal Lake, encontrando seus fins graças a um enorme e mais ágil Jason, com um visual que remete à sua primeira aparição adulta na Parte II (minha favorita). É um começo muito empolgante que, apesar dessa abordagem de caçador para Jason, agora um caçador calculista, tem bons acertos. Corta para alguns meses depois e temos outro grupo de jovens doidos por farra e sexo indo passar um fim de semana na casa de um deles na floresta, esbarrando em Clay (Jared Padalecki, de Supernatural), um jovem que procura sua irmã desaparecida que estava no primeiro grupo de vítimas. Não demora muito para que Jason faça uma visita a essa turma e mortes horríveis se iniciem. Dirigido por Marcus Nispel, responsável pela boa refilmagem de O Massacre da Serra Elétrica e pelo péssimo remake de Conan, o Bárbaro, o filme, assim como todos os filmes da franquia após o Capítulo IV, traz uma abordagem peculiar para a franquia, com essa pegada mais ágil e “realista” para o assassino da máscara de hóquei. Mesmo que cause certo estranhamento para alguns fãs, consegue ser aceitável tanto para o tom do longa como para o tipo de abordagem que os filmes de terror possuíam naquele período. Ajuda muito o filme homenagear basicamente todos os 4 primeiros filmes da franquia, o que inclui tanto a primeira vez que Jason veste sua máscara marcante (como na Parte III) como o personagem Clay, que emula o Rob de Erich Anderson da Parte IV (sendo Clay muito mais eficiente e durão). Os personagens são genéricos em sua maioria, mas alguns valem destaque além de Clay, como a jovem Jenna (Danielle Panabaker, de The Flash) e o babaca e divertido Trent (Travis Van Winkle, reprisando seu papel de Transformers de Michael Bay, que produziu esse filme de terror). Porém, a estrela do longa é o gigante boa praça Derek Mears como Jason, impondo uma bem-vinda fisicalidade que impõe uma ameaça gritante e cujo visual é perfeito, seja com um saco ou com a máscara de hóquei. Seu desempenho deixa as boas mortes do longa muito tensas. Com um bom ritmo e usando clichês à exaustão, Sexta-Feira 13 é um bom remake. Obra-prima? Não, mas o original também não era, mas sim um bom divertimento, assim como o filme de Nispel. Pode causar estranheza para algum fã xiita, mas quem aceita um Jason que ataca NY, vira uma entidade que possui corpos ou vira um ser blindado no espaço, pode muito bem engolir um Jason caçador.